A história de Carlos Alexandre é um retrato da ascensão meteórica e da tragédia que, por vezes, acompanham os grandes ícones da música. De origem humilde, ele conquistou o Brasil nos anos 80 com sua voz única e letras românticas, mas teve sua trajetória interrompida de forma abrupta e comovente.
Um Começo Simples e Determinado
Pedro Soares Bezerra nasceu em Jundiá, no interior do Rio Grande do Norte, mas foi no bairro Cidade da Esperança, em Natal, que ele construiu sua base familiar e começou a trilhar o caminho da música. Antes de ser conhecido como Carlos Alexandre, ele era chamado de Pedrinho da Padaria, por trabalhar no estabelecimento de seu irmão.
Sua timidez era um obstáculo inicial. Segundo sua esposa, Solange, ele muitas vezes precisou de "empurrões" para subir ao palco em pequenas apresentações. Mas foi ela quem viu o potencial artístico em Pedro. Além de incentivar sua carreira, Solange sugeriu o nome artístico Carlos Alexandre, inspirado em um afilhado, e até costurou seus primeiros figurinos para apresentações.
O Primeiro Sucesso e a Consolidação da Carreira
Em 1977, Carlos Alexandre deu um grande passo ao conhecer o radialista Carlos Alberto de Souza. Com o apoio dele, gravou seu primeiro compacto, que incluía as músicas "Arma de Vingança" e "A Canção do Paralítico". O disco vendeu impressionantes 100 mil cópias, colocando Carlos Alexandre no mapa da música brasileira.
No ano seguinte, veio o lançamento do álbum que continha "Feiticeira", sua canção mais emblemática. A música, composta em parceria com Otávio Osvaldo Garcia, transformou sua vida e trouxe reconhecimento nacional. Solange revelou que "Feiticeira" foi escrita para ela, simbolizando o amor e a parceria que sustentavam a vida do cantor.
Nos anos que se seguiram, ele continuou a emplacar sucessos, como "A Ciganinha". Suas apresentações em programas como Cassino do Chacrinha e Clube do Bolinha consolidaram sua imagem como um dos grandes nomes da música romântica popular dos anos 80.
A Tragédia que Calou a Voz do Ídolo
No auge de sua carreira, Carlos Alexandre já havia vendido mais de 2 milhões de discos, conquistado 15 discos de ouro e um de platina. Mas, na madrugada de 30 de janeiro de 1989, o país recebeu a notícia que ninguém esperava. Após um show em Pesqueira, Pernambuco, Carlos decidiu voltar para casa dirigindo seu Opala, ansioso para almoçar com a família.
A viagem, no entanto, terminou de forma trágica. Em uma estrada do Rio Grande do Norte, o cantor perdeu o controle do carro, que caiu em uma ribanceira e colidiu com uma pedra. Carlos Alexandre, com apenas 31 anos, e outros dois ocupantes do veículo perderam a vida instantaneamente.
Sua morte gerou comoção nacional e levantou teorias, como a ligação simbólica com seu ídolo, Evaldo Braga, que também faleceu tragicamente em um acidente de carro. Solange, porém, preferiu encarar o ocorrido como a vontade de Deus, embora as circunstâncias do acidente ainda sejam relembradas com pesar.
Legado e Homenagem
Carlos Alexandre deixou não apenas uma vasta obra musical, mas também uma família que mantém viva sua memória. Seu filho mais velho, Carlos Alexandre Júnior, seguiu os passos do pai e tornou-se cantor, dando continuidade ao nome que tanto brilhou na música brasileira.
Até hoje, músicas como "Feiticeira" e "A Ciganinha" são ouvidas por fãs de diferentes gerações, provando que o impacto de sua arte transcende o tempo. Sua história, marcada por superação, amor e tragédia, continua a inspirar e emocionar todos que conhecem sua trajetória.
Carlos Alexandre viveu intensamente e, apesar de sua breve passagem, conseguiu tocar milhões de corações com sua música. Seu legado permanece como um testemunho do poder transformador da arte e da memória que ela carrega.
Se você é fã de Carlos Alexandre ou quer relembrar suas músicas, compartilhe nos comentários qual canção marcou sua vida. Para mais histórias de ícones da música brasileira, acompanhe o canal Rádio Master Dancer – A Rádio que só toca Flashback!.
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